Foto: Vinicius Becker (Diário)
Dados obtidos pelo Conselho Municipal de Saúde junto à Secretaria Municipal de Saúde por intermédio da Lei de Acesso à Informação (LAI) apontam um aumento de 38% nos afastamentos de servidores por motivos de saúde nos últimos quatro anos: somente em 2024, foram 462. Já este ano, até julho, foram registrados 136 afastamentos. Contudo, não há como afirmar que os casos estão diretamente ligados à sobrecarga de trabalho e a agressões por parte de pacientes.
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Na opinião do presidente do Conselho, Matheus Hampel, os números têm relação com a sobrecarga de trabalho e a falta de reposição de pessoal. O CMS criou, inclusive, um Grupo de Trabalho para acompanhar a situação, fiscalizar e propor medidas.
– Eles (servidores) estão com uma carga exaustiva, estão fazendo serviço de duas, três pessoas. Setores que tinham cinco, seis, sete pessoas antes. Essas pessoas foram saindo, e não foi feita reposição. Então, estão trabalhando muito mais. E em contrapartida, elas também estão adoecendo – afirma Hampel.
Segundo o presidente, a soma das condições das unidades ao baixo número de servidores também colabora para a tensão.
– A população, ao buscar atendimento, encontra unidades sobrecarregadas, com pouco pessoal e estrutura precária. O servidor, que é a linha de frente, recebe o descontentamento, mas quem causa o problema é a gestão. (...) A população tem razão em estar insatisfeita, mas acaba descontando em quem não tem culpa – argumenta.
De forma geral, o secretário, Guilherme Ribas, afirma que a pressão sobre os serviços de saúde é nacional e que a gestão busca se adaptar, com o objetivo de manter um "equilíbrio entre o que as unidades podem oferecer e as necessidades da população".
Afastamentos de servidores
Confira o número de afastamentos de servidores das unidades de saúde nos últimos quatro anos, conforme dados repassados pelo Conselho Municipal de Saúde:
- 2021: 335 afastamentos
- 2022: 378
- 2023: 404
- 2024: 462
- 2025 (até julho): 136